sábado, 27 de junho de 2020

E agora, ...?
A luz se apagou e para mim já apagou tem um tempo. E nesse tempo eu vivo assim na escuridão, sufocada nos gritos abafados, nos risos forçados; e nas falsas palavras que todos esperam ouvir.
Mas aqui dentro nada mudou ainda, eu realmente esperava que o tempo fosse aliviando o peso, e controlando a dor. Mas tudo só pulsa e dilata.
E nessa fase em que todos estão com medo de pegar um vírus e morrer, para mim é a única coisa que eu realmente gostaria.
Pessoas assim como eu, se é que existe mais gente doente dessa forma. Eu só gostaria de morrer e acabar com isso agora, acabar com a dor e vazio que tenho; e seria tão mais simples morrer assim. Pois além de todos meus adjetivos degradantes frígida é o que mais me doí, doí admitir que sim sou fria, e estou fria, gelada, morta por dentro, eu sequei aos poucos e agora não me sobra nada, sinto a culpa do universo de não ser boa, sou apenas uma vida  fria e inútil. E além de tudo sou fraca, pois não tenho forças nem coragem de acabar com minha própria vida, e me culpo pela falta de coragem de não conseguir por fim nisso, já pensei e tentei algumas formas mas minha fraqueza não deixa. Então a cada vez em que eu vejo minha temperatura torcendo para estar com febre para que eu adoeça e isso se acabe de uma forma que eu entre para uma estatistica da pandemia e não de pessoas que se suícidam.
Ninguém nunca vai entender o que sinto e o vazio que existe. Eu peço luz a Deus e força, mas eu não quero mais viver.