sábado, 8 de agosto de 2020

Ninguém
Ninguém está preparado para a verdade quando te perguntam se está tudo bem.
A realidade é que ninguém se importa se você está bem ou se está tudo um caos.
É preciso da forma mais fútil aprender a mentir, mentir sobre seus sentimentos afinal ninguém entenderia.
A resposta preparada é sempre a mesma, que sim; tudo bem. Entre um riso falso e outro, é assim que todos os dias tento manter a sanidade.
Mas aí se eu pudesse falar a verdade, da maneira de como me sinto, mas quem quer ouvir. Há quem diga que é ingratidão.
Sabe como é acordar todos os dias e não sentir nada, se sentir vazio e escuro, e antes mesmo de levantar é engolir lágrimas pois ninguém está preparado para aguentar a minha  ausência, ausência de vida. E foi por essa ausência que perdi tudo, perdi até a pessoa que me trazia alegria, que ali quando eu acordava sempre antes ou de madrugada olhava do lado e ver ele ali me fazia sentir grata por ter aquela luz em minha vida.  
Mas a minha ausência me afastou. 
E se a verdade hoje fosse dita, quando me perguntam como estou a resposta sem dúvida iria ser: me sinto morta, vazia e inanimada, vivendo em um mundo irreal. Acordo todos os dias sem vontade de respirar, já tentei me sufocar, já tentei tantas coisas ; mas toda essa dor é o que carrego todos os dias, lembro de tudo que tive e deixei escoar pelo meus dedos. 
A dor é a única coisa que me conforta, pois acredito que é isso que mereço.  Então entre surtos e apatias a dor é  meu castigo por ter sido ausente e fria.  
Meu reflexo não é o que sinto. Minhas marcas e cicatrizes externas não são nem uma partícula do estrago que é meu interior.

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